A intolerância à lactose é uma condição muito prevalente, afetando cerca de 57% da população mundial, sendo mais comum na Ásia e na África. É uma condição clínica relacionada à má absorção da lactose devido à redução/ausência da atividade da lactase ou de sua síntese.
A lactose é um dissacarídeo composto por galactose e glicose, é encontrada no leite e derivados. A lactase é uma enzima codificada geneticamente no cromossomo 2 e expressa no intestino delgado, em especial no jejuno. Alguns polimorfismos genéticos estão relacionados à redução de sua expressão.
Manifestações clínicas
Os sintomas geralmente aparecem quando a atividade da lactase é inferior a 50% do normal. Eles ocorrem porque a lactose não absorvida exerce efeito osmótico na luz intestinal, além de fermentação pela microbiota intestinal, cursando com aumento da produção de gases como H2 e CH4, dor e distensão abdominal, além de diarreia.
A intensidade dos sintomas depende de alguns fatores, tais como:
A concentração de lactase na mucosa intestinal;
A composição da microbiota intestinal;
A concentração de lactose ingerida;
A motilidade gastrointestinal;
A sensibilidade individual aos sintomas
Na intolerância à lactose ocorre também aumento da produção de substâncias como acetona, acetaldeído, etanol e outros peptídeos tóxicos. Dessa forma, sintomas extra intestinais também podem ocorrer: deterioração da memória, dor de cabeça, dores musculoesqueléticas, distúrbios do ritmo cardíaco, depressão, ansiedade, úlceras na mucosa oral, dispareunia, distúrbios do ciclo menstrual, polaciúria, acne, eczema e outras patologias de base alérgica (sinusite, rinite, asma).
Esses pacientes apresentam ainda alteração da microbiota intestinal, que somada aos metabólitos tóxicos, parecem aumentar a incidência de alguns cânceres como o colorretal. No entanto, não devemos nos esquecer dos benefícios dos produtos lácteos, que são ricos em cálcio e são carboidratos com baixo índice glicêmico.
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Fonte: Pebmed