As vacinas são uma das intervenções em saúde pública mais custo-efetivas, e os programas de vacinação vem sendo responsáveis por reduções importantes na mortalidade infantil, especialmente em países em desenvolvimento.
Uma pesquisa recente estimou que, em países de renda média e baixa, a mortalidade infantil de crianças de até cinco anos de idade poderia ser 45% maior do que a atual, caso não existissem os programas de vacinação atualmente implementados.
Além disso, estima-se que, de 2000 até 2030, a vacinação contra 10 importantes patógenos previna aproximadamente 69 milhões de mortes nesses países.
E o que isso significa para o Brasil?
Conforme noticiado pelo Medscape em português, dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI), disponíveis na plataforma do DataSUS , mostram que, em 2019, a cobertura vacinal no Brasil foi a menor desde o início do século, e as perspectivas para 2020 não são melhores. Espera-se que a pandemia de covid-19 tenha um impacto negativo nesses números, uma possibilidade antecipada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que publicou, em julho de 2020, uma cartilha com orientações e um apelo para um empenho na manutenção da vacinação apesar do cenário epidemiológico desfavorável.
Mais vacinas, menor mortalidade
O estudo, que usou dados obtidos por meio de modelagem matemática elaborados por diferentes grupos de pesquisa, avaliou o impacto da vacinação contra 10 patógenos: vírus da hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B, papilomavírus humano (HPV do inglês, Human Papilomavirus), encefalite japonesa, sarampo, Neisseria meningitidis grupo A, Streptococcus pneumoniae, rotavírus, vírus da rubéola e vírus da febre amarela.
A estimativa é que a vacinação contra esses 10 patógenos evite 69.000.000 de mortes entre 2000 e 2030 (intervalo de confiança, IC, de 95% de 55.000.000 a 88.000.000), das quais, 37.000.000 teriam sido evitadas entre 2000 e 2019 (IC 95% de 30.000.000 a 48.000.000), o que representaria uma redução de 45% no número de óbitos em comparação com um cenário sem vacinação (IC 95% de 36% a 58%).
A maior parte desse impacto concentra-se na redução da mortalidade entre crianças de até cinco anos de idade (redução de 57%; IC 95% de 52% a 66%) – especialmente por sarampo.
Além disso, um aumento na cobertura vacinal e a introdução de vacinas adicionais resultaria em uma diminuição de 72% (59% a 81%) na mortalidade ao longo de toda a vida para a coorte de nascimento de 2019.
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Fonte: Medscape