O elevado potencial de contágio do SARS-CoV-2 (sigla do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2) e sua grande pressão sobre o sistema hospitalar rapidamente fizeram com que a comunidade científica internacional defendesse medidas de distanciamento social para conter a disseminação do vírus. A "dose adequada" desse distanciamento, no entanto, foi inicialmente motivo de embate entre defensores de um modelo amplo de restrições e aqueles que propunham outro modelo, mais frouxo, restrito essencialmente a grupos de risco e pessoas já infectadas.
No princípio da pandemia, embasados no volume e na qualidade dos dados disponíveis até então, alguns modelos matemáticos e epidemiológicos previam que seria possível obter bons resultado com as medidas de isolamento dos possíveis grupos de risco. Uma estratégia que, no Brasil, ficou conhecida como isolamento vertical.
Com a ampliação das informações disponíveis sobre o vírus e os resultados sucessivamente negativos de países que inicialmente adotaram algo nesse sentido, como Inglaterra, Holanda e, mais recentemente, Suécia, o isolamento vertical foi rechaçado na maior parte do mundo.
Em contrapartida, diversos trabalhos têm mostrado evidências científicas robustas de que somente o distanciamento social amplo, conhecido como isolamento horizontal, teve resultados expressivos no que tange o principal objetivo definido pelos especialistas em saúde pública; achatar a curva de crescimento do vírus.
"Do ponto de vista teórico, o isolamento vertical faz sentido, mas na prática não funcionou", explicou o Dr. Ricardo Mexia, médico epidemiologista e presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) de Portugal.
Atualmente, o isolamento horizontal é o modelo defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e corroborado por uma série de trabalhos.
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Fonte: Medscape