Um estudo publicado no final do ano passado no periódico BMC Pediatric[1]estima um aumento da mortalidade por leucemia entre crianças de alguns países da América Latina até 2030. Esta previsão, que foi verificada para Argentina, Equador, Guatemala, Panamá, Peru e Uruguai, vai no sentido contrário à tendência de queda que vem sendo registrada em países de alta renda. [2,3]
O Dr. Junior Smith Torres-Roman, médico da Universidad Científica del Sur e pesquisador da Latin American Network for Cancer Research (LAN–CANCER) e da Universidad Peruana Cayetano Heredia, no Peru, falou ao Medscapesobre o trabalho.
No estudo em questão, os autores do Peru, Estados Unidos, Brasil, Itália e Espanha utilizaram a base de dados de mortalidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar tendências de óbitos associados a leucemia entre crianças de 0 a 14 anos de idade em 15 países da América Latina e do Caribe (Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela) entre 2000 e 2017, bem como prever o cenário para 2030.
A análise dos registros revelou que, entre 2013 e 2017, Uruguai e Porto Rico apresentaram as menores taxas de mortalidade entre meninos (0,71 e 0,32 por 100.000 habitantes, respectivamente) e meninas (0,74 e 0,33 por 100.000 habitantes, respectivamente). Por outro lado, foram identificadas taxas de mortalidade acima de 2,0 por 100.000 habitantes entre meninos na Venezuela, Equador, Nicarágua, México e entre meninas no Peru e na Nicarágua, Equador e México.
Peru e Nicarágua apresentaram tendências crescentes de mortalidade por leucemia infantil em ambos os sexos, enquanto em Porto Rico revelou o maior declínio nos óbitos tanto em meninos quanto em meninas.
Quanto ao Brasil, o Dr. Torres-Roman afirmou que o país ficou entre os que apresentaram as menores taxas de mortalidade: 1,48 por 100.000 habitantes entre meninos e 1,19 por 100.000 habitantes entre meninas.
"O Brasil apresenta taxas baixas e a análise de tendências não mostrou mudanças significativas. O país conta com o Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece acesso universal à saúde, e é possível que, ao longo dos anos, a melhor estruturação e organização desse sistema tenha permitido um diagnóstico precoce, resultando em menores taxas de mortalidade", disse.
Com relação às tendências no Brasil, segundo o pesquisador, a comparação entre o número de óbitos no último período observado e no último período projetado revelou uma redução de 9,93% no número de mortes de meninos e de 19% no de meninas.
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Fonte: Medscape