Novas evidências sugerem fortemente que a covid-19 aumenta o risco de pré-eclâmpsia e parto prematuro em caso de infecção durante a gestação, de acordo com um estudo observacional retrospectivo publicado no periódico American Journal of Obstetrics and Gynecology .
Embora o estudo tenha sido observacional, seu achado primário foi uma relação dose-resposta entre a gravidade da covid-19 e a probabilidade de pré-eclâmpsia ou parto prematuro, cumprindo um critério-chave para estabelecer causalidade em uma associação.
"O fato de 43% (13/30) dos casos de pré-eclâmpsia diagnosticados após a infecção por SARS-CoV-2 terem ocorrido pré-termo (< 37 semanas) sugere que a covid-19 pode ser uma causa para parto prematuro com indicação médica, contribuindo para a taxa excessiva de partos prematuros já relatada", escreveram Dr. Jonathan Lai, médico do Fetal Medicine Research Institute do King's College Hospital, na Inglaterra, e colaboradores. O estudo também identificou um aumento da probabilidade de covid-19 em caso de pré-eclâmpsia anterior à infecção. Para compreender "se a pré-eclâmpsia predispõe à covid-19 em alguns casos ou se os quadros ocorrem concomitantemente por compartilharem fatores de risco, é preciso uma investigação mais aprofundada", escreveram os autores.
Também não está claro se aumento do risco de pré-eclâmpsia contribui para o aumento do risco de parto prematuro, de acordo com a Dra. Linda Eckert, médica e professora de ginecologia e obstetrícia na University of Washington, nos Estados Unidos, e especializada em imunização materna.
“A covid-19 está associada à pré-eclâmpsia neste estudo, e a covid-19 está associada ao nascimento prematuro”, disse a Dra. Linda em uma entrevista. "Mas não é possível avaliar nesse estudo se a pré-eclâmpsia que leva ao nascimento prematuro também está associada à infecção, pois todos os fatores estão provavelmente relacionados. Há uma relação entre covid-19 e parto prematuro sem pré-eclâmpsia".
Os pesquisadores avaliaram retrospectivamente dados de 1.223 gestantes que testaram positivo para infecção pelo SARS-CoV-2 entre fevereiro de 2020 e março de 2021 nas 14 maternidades do National Health Service(NHS) do Reino Unido, e compararam a gravidade da doença entre as gestantes com o risco de pré-eclâmpsia como desfecho primário, seguido pelos desfechos de parto prematuro e idade gestacional no momento do parto.
A infecção pelo SARS-CoV-2 foi classificada como assintomática, leve (com dispneia ou imagem torácica alterada), moderada (evidência de doença respiratória inferior, mas saturação de oxigênio ≥ 94%) ou grave (exigindo "alta dependência ou terapia intensiva secundária a comprometimento/insuficiência respiratória ou disfunção de múltiplos órgãos).
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Fonte: Medscape