Além de ser a maneira mais completa de alimentar um bebê, a amamentação é uma aliada importante para ajudar a prevenir o câncer de mama. O tema foi um dos destaques da cerimônia de lançamento da campanha de 2020 do Outubro Rosa, realizada nesta quarta-feira (8), pelo Ministério da Saúde. O movimento internacional reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
“As mulheres que amamentam têm uma redução do risco do câncer de mama. Há uma proteção no ato, por isso, o Ministério da Saúde incentiva o aleitamento materno precoce iniciado na primeira hora de vida, a chamada hora de ouro”, afirmou o diretor Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES) da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde, Antônio Braga, durante a solenidade.
Estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação, de acordo com a Lancet – uma reconhecida publicação científica britânica. Além disso, os atuais índices globais de aleitamento materno previnem quase 20 mil mortes por câncer de mama ao ano. “O mais interessante é que essa proteção independe da idade da mulher, da sua etnia, de quantos filhos já tem, e da presença ou não de menopausa”, afirmou a Coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno da SAPS, Janini Selva Ginani.
BENEFÍCIOS
A amamentação promove três tipos de mecanismos no corpo da mulher que colaboram com a diminuição de risco. O primeiro está relacionado à exposição hormonal. “No período da amamentação, por um processo natural, a mulher está menos exposta aos hormônios femininos que estão associados ao risco de câncer de mama”, explicou o médico Ronaldo Corrêa, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Já o segundo mecanismo acontece quando o bebê suga o leite da mãe e o líquido passa pelos ductos mamários. Essa ação elimina células que sofreram alguma alteração na sua estrutura e que poderiam levar ao aparecimento futuro do câncer de mama. Nesse contexto existe um processo natural de substituição das células mamárias ao final da amamentação, que pode eliminar células modificadas ou com mutações que poderiam levar ao surgimento da doença.
O aumento de proteção causado pela amamentação dura a vida toda mulher. “É muito importante que a gente apoie, promova e proteja o aleitamento materno para que toda mulher amamente até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses da criança”, pontuou Janini.
Além da amamentação, outras medidas também diminuem os riscos, como praticar atividade física pelo menos duas vezes na semana, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Saiba mais sobre como prevenir o câncer de mama em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
Para incentivar a causa, o Ministério da Saúde, entre diversas outras medidas, realiza uma campanha anual de incentivo à amamentação, com ações mais intensas durante o mês de agosto. Além disso, a pasta mantém uma política de aleitamento materno, na qual capacita os profissionais em todos os âmbitos do Sistema Único de Saúde (SUS) para que a população receba uma assistência de qualidade em amamentação.
CONHEÇA OS SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:
- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor - presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações no mamilo;
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
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Fonte: Ministério da Saúde
Foto: Divulgação