O Brasil está correndo contra o tempo na luta contra a covid-19. A prioridade é vacinar o maior número possível de pessoas para conter a transmissão e a disseminação de novas variantes do SARS-CoV-2, mas não faltam obstáculos, e o principal é a falta de vacinas. Os contratos firmados até o momento (Oxford/AstraZeneca e Sinovac/Butantan) preveem a entrega de 300 milhões de doses de vacina ao longo de 2021 – menos do que seria necessário para garantir a administração das duas doses para a população acima de 18 anos.
Na prática, a vacinação nacional está sendo feita com o que temos na mão: 12,7 milhões de doses (2,0 milhões da "vacina de Oxford" e 10,7 milhões da CoronaVac).
"Não podemos ter um plano de rapidamente controlar e nem sequer diminuir a média de 1.000 mortes por dia, porque temos poucas doses", diz o epidemiologista Dr. Antônio Silva Lima Neto, Ph.D., Harvard School of Public Health, professor de medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor) e gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza.
Em um cenário pouco favorável, com média móvel de mortes > 1.000 pessoas por dia há mais de 30 dias consecutivos, os profissionais de saúde enfrentam o desafio de vacinar e de convencer a população a seguir adotando as medidas de proteção não farmacológicas: uso de máscaras, higienização regular das mãos e distanciamento físico.
Em entrevista ao Medscape, especialistas discutem as preocupações e os argumentos para reforçar nos pacientes por que é imprescindível manter a proteção neste momento. As informações são especialmente relevantes para aqueles que foram vacinados e tendem a relaxar as medidas de prevenção.
Os entrevistados dizem que é importante convencer as pessoas a se vacinarem, mas que é igualmente necessário explicar os limites das vacinas. "Neste momento, precisamos de campanhas extremamente intensas sobre a necessidade de vacinação, mas que também deem conta da importância de manter as medidas de proteção, principalmente em um país que está vacinando tão lentamente", disse o Dr. Manoel Barral Netto, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Bahia (Fiocruz Bahia) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm).
Além da vacina, as medidas de proteção não farmacológicas são eficientes para reduzir a circulação do vírus e evitar o surgimento de novas variantes. "A proteção da população depende das medidas não farmacológicas junto com a vacinação. Apesar de que as pessoas não usam a máscara ou a usam mal. É importante que a gente comece a incorporar isso como uma nova realidade, que vai permanecer por algum tempo. Se quisermos uma proteção realmente mais eficiente, ainda vamos usar máscara por algum tempo, disse o Dr. Manoel.
Momento mais preocupante
É fundamental se proteger diante dos riscos de agravamento da transmissão e do aumento de casos de outros problemas de saúde.
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Fonte: Medscape