O comprometimento gastrointestinal importante pode ser comum em crianças e adolescentes com história de covid-19, mostra novo estudo.
A médica Dra. Andrea Lo Veccio, Ph.D., da Università degli Studi di Napoli Federico II, na Itália, e seus colaboradores analisaram retrospectivamente os dados de uma grande coorte de crianças e adolescentes de até 18 anos de idade diagnosticados com covid-19 entre 25 de fevereiro de 2020 e 20 de janeiro de 2021 em 54 instituições italianas.
No total, foram incluídas no estudo 685 crianças e adolescentes (56,4% meninos; média de idade: 7 anos). Destes, 628 (91,7%) foram diagnosticados com infecção aguda por SARS-CoV-2 e 57 (8,3%) com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P).
Os autores identificaram um risco de hospitalização (razão de chances, RC, de 2,64; intervalo de confiança, IC, de 95% de 1,89 a 3,69) mais elevado entre os participantes que apresentaram sintomas gastrointestinais, além de quase o quádruplo do risco de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) (RC de 3,90; IC 95% de 1,98 a 7,68).
Sessenta e cinco participantes (9,5%) apresentaram comprometimento gastrointestinal importante, das quais 27 (41,5) foram operadas. Os autores incluíram no grupo comprometimento gastrointestinal importante os pacientes com adenite mesentérica disseminada (39,6%), apendicite (33,5%), coleção líquida intra-abdominal (21,3%), pancreatite (6,9%) ou intussuscepção (4,6%).
A probabilidade de manifestar sintomas graves foi muito maior entre os participantes com cinco anos de idade ou mais em comparação com aqueles entre três e cinco anos. Crianças entre 5 e 10 anos tiveram oito vezes mais chances de apresentar sintomas graves do que aquelas entre três e cinco anos (RC de 8,33; IC 95% de 2,62 a 26,5). A presença de sintomas graves foi seis vezes mais provável no grupo acima de 10 anos (6,37; IC 95% de 2,12 a 19,1).
A conscientização sobre a frequência e a apresentação do quadro pode contribuir para que profissionais de saúde tratem adequadamente as crianças em risco de desfechos graves, escreveram os autores.
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Fonte: Medscape
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