Um programa de computador usando inteligência artificial (IA) é eficaz para diferenciar as crianças jovens com transtorno do espectro autista das crianças com outros quadros, segundo os resultados de um ensaio clínico apresentado pela Current Psychiatry e pela American Academy of Clinical Psychiatrists.
O programa, que será submetido à aprovação regulamentar como dispositivo, utiliza um algoritmo que reúne as informações de um questionário dos responsáveis pela criança, um vídeo e um questionário clínico, segundo o Dr. Sharief Taraman, médico e professor clínico associado de neurologia no Children's Hospital of Orange County, University of California, Irvine, nos Estados Unidos.
Embora o dispositivo possa ser utilizado em vários contextos, foi concebido para ser utilizado pelos médicos do atendimento primário. Isto irá contornar a necessidade de avaliação especializada, exceto nos casos complexos. Atualmente, quase todas as crianças com transtorno do espectro autista são diagnosticadas por especialistas, de acordo com os dados citados pelo Dr. Sharief.
"A falta de ferramentas diagnósticas para o transtorno do espectro autista no atendimento primário contribui para um atraso médio de três anos entre a primeira preocupação dos pais e o diagnóstico, assim como para longas listas de espera para avaliação especializada", disse o médico na reunião virtual apresentada pelo MedscapeLive.
Quando utilizados com avaliação clínica e pelos critérios da 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística da American Psychiatric Association (DSM-5, do inglês Diagnostic and Statistical Manual 5th Edition), os dados do ensaio clínico sugerem que a ferramenta diagnóstica nas mãos dos médicos do atendimento primário "poderia avaliar de forma eficiente e precisa o transtorno do espectro autista em crianças de um ano e meio a seis anos de idade", disse Dr. Sharief.
O programa foi avaliado em 425 crianças de 14 centros de estudo em seis estados dos EUA. A população do estudo refletia os dados demográficos do país. Embora apenas 36% das crianças fossem do sexo feminino, isso é coerente com a prevalência do transtorno do espectro autista. Sessenta por cento dos participantes eram brancos. Quase 30% eram negros ou latinos, e outras populações, como as de ascendência asiática, estavam representadas.
As crianças entre um ano e meio e seis anos de idade foram elegíveis se tanto seu responsável como um profissional de saúde acreditassem que a criança poderia ter o transtorno. Ao mesmo tempo em que o responsável pela criança preencheu um questionário de 20 itens e o médico do atendimento primário preencheu um questionário de 15 itens em um dispositivo móvel, o responsável enviou dois vídeos da criança com um a dois minutos de duração.
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Fonte: Medscape