Crianças de um ano de idade submetidas a uma intervenção conduzida por seus pais/mães direcionada a sinais preliminares de transtorno do espectro autista apresentaram uma redução significativa dos sintomas e da probabilidade de receber um diagnóstico de autismo aos três anos de idade em um novo estudo.
Esses achados, publicados no periódico JAMA Pediatrics, representam as primeiras evidências no mundo de que uma intervenção preventiva na infância pode ser tão significativa no desenvolvimento social das crianças, resultando em uma prevalência "três vezes menor de diagnósticos de autismo aos três anos" de idade, disse o primeiro autor do estudo, Dr. Andrew Whitehouse, Ph.D., em um comunicado à imprensa.
"Nenhum ensaio de intervenção preventiva em bebês, realizada antes do diagnóstico, havia mostrado um efeito como este no impacto dos desfechos diagnósticos – até agora", disse ele.
A intervenção do estudo é uma abordagem não tradicional
O Dr. Andrew, que é professor de Pesquisa do Autismo no Telethon Kids e University of Western Australia e diretor da CliniKids, disse que a intervenção é um afastamento das abordagens tradicionais. “Tradicionalmente, a terapia busca treinar as crianças para aprenderem comportamentos 'típicos'”, disse ele por e-mail.
"A diferença dessa terapia é que ajudamos os pais a compreenderem as singulares habilidades de seus bebês, e a usar essas qualidades como base para o desenvolvimento."
O estudo do Dr. Andrew incluiu 103 crianças (de aproximadamente um ano de idade), que apresentaram pelo menos três dos cinco comportamentos que indicam alta probabilidade de transtorno do espectro autista, conforme definido pela lista de verificação aos 12 meses de vida Social Attention and Communication Surveillance–Revised (SACS-R). Os bebês foram randomizados para receber cuidado habitual ou intervenção, batizada de iBASIS–Video Interaction to Promote Positive Parenting (iBASIS-VIPP). O cuidado habitual foi realizado por médicos da comunidade, enquanto a intervenção foi realizada por um terapeuta capacitado em 10 sessões na casa dos pacientes.
"O iBASIS-VIPP se vale de feedback por vídeo para ajudar os pais a reconhecerem as pistas de comunicação dos bebês, para que possam responder de modo a edificar o desenvolvimento da comunicação social", explicou o Dr. Andrew em uma entrevista. "O terapeuta então orienta os pais sobre como o bebê está se comunicando com eles, e como eles podem dar retorno à comunicação para estabelecer uma dinâmica de conversa de mão dupla."
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Fonte: Medscape