A solidão está associada a doenças cerebrais e cardiovasculares, de acordo com estudos recentes. Um estudo publicado no mês passado no periódico Neurology , por exemplo, sugere que a solidão está associada a um risco maior de demência.
Aumento do risco de demência
Para esse estudo, os autores analisaram retrospectivamente os dados coletados prospectivamente das coortes populacionais no estudo de Framingham, que foi realizado ao longo de um período de 70 anos (1948 a 2018). A solidão foi definida como o sentimento de solidão em três ou mais dias na semana anterior.
Dos 2.308 participantes (média de idade, 73 anos; 56% mulheres) que não apresentavam demência no início do estudo, 14% (329) evoluíram com demência em 10 anos; 6% (144) preencheram o critério de solidão. Os cálculos indicaram um risco de demência em 10 anos mais de 50% maior para adultos solitários, em comparação com adultos não solitários (razão de risco ajustada, RRa, por idade, sexo e escolaridade de 1,54; intervalo de confiança, IC, de 95% de 1,06 a 2,24).
Para participantes solitários com menos de 80 anos sem o alelo APOE-ε4 (um fator de risco para a doença de Alzheimer), os cálculos indicaram um risco ainda maior (RRa de 3,03; IC 95% de 1,63 a 5,62). De acordo com análises posteriores, a solidão está associada a uma pior função executiva, a um volume cerebral geral mais baixo e a mais lesões na substância branca cerebral.
Doença cardiovascular grave
Um estudo publicado no mês passado no periódico JAMA Network Open sugeriu que o isolamento social e a solidão de mulheres idosas nos Estados Unidos estavam associados a um risco 27% maior de doenças cardiovasculares graves. Conforme relatado pelo Medscape, aproximadamente 60.000 mulheres com idades entre 65 e 99 anos participaram do estudo. “Os achados sugerem que esses processos psicossociais prevalentes justificam uma maior atenção para a prevenção de doença cardiovascular em mulheres mais velhas, particularmente na era da covid-19”, escreveram a pesquisadora Dra. Natalie Golaszewski, Ph.D., cientista de pesquisa comportamental da University of California, nos Estados Unidos, e colaboradores.
Para o estudo, a Dra. Natalie e sua equipe analisaram dados do Women's Health Initiative Extension Study II, que coletou dados entre 2011 e 2019. As participantes, 57.825 mulheres com média de idade de 79 anos, não tinham história de infarto do miocárdio nem de acidente vascular cerebral (AVC) no início do estudo, e também não apresentavam doença coronariana.
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Fonte: Medscape